Que se faz com a saudade?
Entregamos ao vento
Para levá-la ao longe?
Colocamos entre as mãos
Como um pássaro ferido?
Acariciamos e a alimentamos
Como um filho recém nascido?
Apertamos contra o peito
Como o ardo de Narciso?
Aprisionamos a maldita
Numa cela sem portas?
Lutamos indefinidamente
Para não lembrarmos a cada instante?
Entregamo-nos a ela
Sem discussões ou lamentos?
Arrojamos a terra
Essa semente doentia?
Libertando nossa alma dessa agonia.
Transformando pungente saudade
Em esperança de retorno da alegria.
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